Como os pais podem lidar com a relação dos jovens e as tecnologias

As redes sociais podem ser um despoletar de problemas relacionados com a saúde mental, devido a todos os estímulos, comparações, uso excessivo, etc.. Certamente, já terá também pensado nisto neste sentido.

O uso das tecnologias, nos dias de hoje, é inevitável. É útil para aceder a informação e estar mais conectado com os outros, ver vídeos, jogar, ouvir música, fazer pesquisas e atividades pedagógicas.
A grande maioria das crianças e jovens está exposta aos seus efeitos diariamente, e muitos com utilização mais elevada que o recomendado.
Há benefícios, claro, mas há cuidados a ter para perceber como e quando devem ser usadas ou evitadas, para assegurar que não se torna um vício.

Os primeiros anos de vida correspondem a uma fase de intenso desenvolvimento cerebral, e são fundamentais para a construção de relações seguras e para o estabelecimento de comportamentos saudáveis.

Riscos do uso excessivo e precoce das tecnologias

  • Sedentarismo: a falta de atividade física e de contacto com o exterior pode levar a que uma criança se habitue a estar muito tempo parada e aumente o risco de obesidade;
  • Sono: a exposição aos aparelhos eletrónicos, à sua estimulação e aos ecrãs azuis, estão associados a menos tempo de sono;
  • Desenvolvimento: o uso excessivo de televisão ou outros dispositivos pode ter efeitos negativos no desenvolvimento cognitivo e de linguagem;
  • Interação social: as tecnologias reduzem a interação entre pais/filhos e os pares, fulcrais ao seu desenvolvimento socioemocional, podendo, também, gerar conflitos na família e sintomas de ansiedade e depressão;
  • Comportamento: a incidência de conteúdos violentos nos programas, aplicações e jogos a que os jovens estão expostos pode ter interferência na forma como se comportam.

Dicas para lidar com a relação dos seus filhos com a tecnologia

  • Tenha um plano para o uso da tecnologia de acordo com os seus valores e estilo parental: se possível, limitar o uso a um horário e tempo específico por dia (ex.: 1h);
  • Estabeleça regras, sem medo: o/a seu/sua filho/a precisa delas;
  • Esteja atento/a às as apps, softwares, sites e programas que o/a seu/sua filho/a está a usar e, sempre que possível, fale com eles sobre isso – pode ser um momento de partilha de perspetivas;
  • Encoraje e incentive as interações cara a cara, atividades em família, contacto com o exterior, exercício físico e horários de dormir;
  • Defina áreas e horários livres de tecnologias (refeições, etc.);
  • Fale com o/a seu/sua filho/a sobre a importância da privacidade e os perigos da internet e das redes sociais;
  • Evite usar as novas tecnologias como meio para acalmar emocionalmente o/a seu/sua filho/a. Em vez disso, ensine estratégias para lidar com as emoções e com o tédio;
  • Substitua conteúdos violentos dos programas e jogos por conteúdos educativos e interativos;
  • Não permita o uso dos dispositivos tecnológicos na hora antes de ir dormir;
  • Foque a interação nos afetos, diálogo e atenção, compreendendo que nem sempre o/a seu/sua filho/a saberá agir da melhor forma e precisará do seu apoio.

Os pais podem e devem ser exemplos nesta matéria e, por isso, as regras devem aplicar-se a todos em casa.
Não se esqueça que ao fazê-lo está a promover a saúde mental e o bem-estar do/a seu filho/a.
Tudo isto pode ser muito desafiante, por isso, se tiver dificuldades em lidar com a exigência destas situações, procure ajuda de um profissional que trabalhará com toda a família formas de ultrapassar estes problemas.