Será que preciso de um psicólogo?

Apesar de se falar muito no trabalho do psicólogo, – e, os média têm um peso importante na propagação deste trabalho -, ainda há o estigma que paira sobre aqueles que recorrem a este profissional, às vezes conhecido por ser para os “doidos”, quem procura seriam os “tolinhos da cabeça”. Esta é uma visão errada, arcaica, ultrapassada e, ainda no século XXI, há quem ache que estas afirmações são verdadeiras.

Mas, afinal, quem é este profissional?

O psicólogo é um profissional que fez licenciatura em psicologia. É a pessoa que estudou as teorias sobre os comportamentos e emoções humanas, para perceber como ajudar os seus pacientes a superar as suas dificuldades e/ou desenvolverem-se de algum modo. Por exemplo, o Psicólogo clínico, neste caso, irá identificar, na história e condições atuais de vida do seu cliente, os fatores que contribuíram para a sua problemática e, que de alguma forma, estão a causar sofrimento psíquico, ajudando-o a desenvolver estratégias para lidar com essas mesmas situações.

Quando devo procurar ajuda de um psicólogo?

Há muitos motivos que o podem levar a procurar ajuda de um psicólogo. É importante que primeiro reflita sobre a sua vida, e se coloque algumas questões, como por exemplo:

  • Como me sinto? Estou triste? Estou feliz? Sinto oscilações de humor? 
  • Na maior parte do tempo sinto que estou bem ou que poderia ser melhor?  
  • Nas relações mais próximas, sinto-me confortável, ou há algo que posso mudar?

A partir de reflexões como estas podemos ganhar consciência sobre o nosso estado de saúde mental atual: o autoconhecimento é fundamental. Quando não estamos bem connosco próprios a tendência é resvalar para o exterior. Isto quer dizer que o sono pode ser afetado (pode estar a dormir demais ou a ter insónias), as relações interpessoais podem ficar estremecidas, pode gerar mais conflitos familiares, o desempenho no trabalho pode ser menor, e muito mais.  

Assim, poderá recorrer aos serviços de psicologia quando:

1. A tristeza for um sentimento persistente

A tristeza faz parte das emoções básicas dos seres humanos, quando ela se torna persistente é que está o problema. Falta de ânimo para assuntos que antes despertavam motivação, um sentimento de tristeza sem saber ao certo explicar o porquê. Por mais episódios de alegria que possa ter durante o dia, a tristeza volta sempre para o visitar. Se estiver a passar por isso, o melhor é procurar ajuda.

2. A ansiedade é recorrente

Estar ansioso faz parte do dia-a-dia de muita gente. Embora esta emoção também seja normal e importante para a nossa proteção, enquanto seres humanos, deve ser sentida de forma “rápida” e transitória. A ansiedade, quando recorrente, causa sofrimento emocional, social, relacional e, também, físico. Quando a pessoa passa a preocupar-se em demasia com o futuro, não conseguindo viver o presente ou sentir prazer com o que está a acontecer no momento, interferindo negativamente nas suas atividades de vida diárias é um alerta de que algo não está bem e precisa ser avaliado por um profissional de saúde mental.

3. Perdeu alguém que era importante e não sabe como reagir

Apesar da morte ser como costumam dizer “a única certeza da vida”, na maioria das vezes não é fácil lidar com a ideia da finitude. É com o luto que muitas vezes se sente o aperto no peito, o nó na garganta, o vazio no estômago ou até a sensação de que o que está a viver não é real. A pessoa também pode ter alterações no sono, sonhar com a pessoa falecida, ter alterações no apetite, ter crises de choro, não ter vontade de fazer coisas que antes lhe dava prazer. Por vezes, pode acontecer de se isolar, tentar evitar as lembranças. O luto pode se tornar patológico se, com o passar do tempo, a tristeza não diminuir e a pessoa não conseguir retomar as suas atividades diárias, sentindo-se culpado e infeliz. Nestes casos, deve então procurar ajuda de um psicólogo/a.

4. Sente-se esgotado no trabalho

Chega ao domingo à noite e fica com ansiedade por saber que na segunda tem que ir trabalhar. A sensação de cansaço durante o dia de trabalho. Dores de cabeça recorrentes. O nível de stress está tão elevado que sente que tem impacto direto na sua saúde, desempenho e produtividade na empresa. O Burnout pode ser incapacitante, não só no próprio ambiente de trabalho, mas nas outras esferas da vida. Se este for o seu caso (ou similar), o psicólogo poderá ser uma boa ajuda.

5. Sente que os problemas não têm solução

Muitas vezes as pessoas procuram um psicólogo quando não conseguem ver mais nenhuma saída para os seus problemas e/ou dilemas, acreditando que não há soluções. Para chegar ao consultório, estas pessoas já tentaram de tudo um pouco e nada resolveu, perdendo por completo as esperanças, causando grande sofrimento psíquico. Se se sente perdido e sem esperança, não hesite em procurar ajuda de um psicólogo.

6. Passou por uma situação traumática

As situações traumáticas, na maioria das vezes, são difíceis de ultrapassar sem ajuda. A descoberta de doença grave, um acidente, situações de abuso, a demissão, são exemplos de cenários traumáticos que afetam profundamente as pessoas. A intervenção de um psicólogo pode ser fundamental para ultrapassar esses momentos difíceis. Quanto mais precocemente o fizer, pode ajudar a evitar que se desenvolvam transtornos mentais graves, como, por exemplo, a depressão e o transtorno de stress pós-traumático. 

7. Quer melhorar as suas relações

Lidar com pessoas pode não ser a tarefa mais fácil do mundo. Se é uma pessoa que tem muitos conflitos com familiares e/ou com amigos e/ou com colegas de trabalho ou experiências amorosas negativas, recorrer aos serviços de psicologia pode ser uma boa opção. Entender porque isto acontece, refletir sobre as causas dos conflitos e descobrir estratégias para lidar com as situações e emoções serão tópicos em que o psicólogo pode ajudar.

8. Passou por situações de grande mudança

A mudança pode ser algo difícil de ser gerido. Para algumas pessoas, eventos de grande mudança que tenham impacto direto nas suas vidas podem causar sofrimento psicológico de não saber como lidar com a situação. Por exemplo, a chegada de um filho no relacionamento pode gerar conflitos na relação, ou a adaptação na chegada a um novo país, que pode ser mais custosa devido às diferenças culturais, falta de apoio e a sensação de estar só. Se as grandes mudanças estão a ter impacto negativo na sua vida, o psicólogo poderá ajudar.

9. Sente que pode ser melhor

O autoconhecimento é o maior investimento que podemos fazer por nós mesmos, faz parte do processo reconhecer os pontos fortes e os pontos de evolução, para nos tornar a melhor versão de nós mesmos. Os benefícios são inúmeros, como, por exemplo, a tomada de decisões mais assertivas, aumento da autoestima e do autoconceito, ajuda a perceber melhor as suas emoções e como lidar com elas, melhora a capacidade de se relacionar com outras pessoas e consigo mesmo, entre outros. Se pretende desenvolver-se, o psicólogo poderá ajudar nesta tarefa. 

A lista dos motivos para procurar um psicólogo é interminável e advém de razões muito diferentes. Quem procura um psicólogo não é apenas quem tem algum tipo de transtorno mental, este é apenas um dos motivos. Tive um professor na faculdade que dizia “quem vai ao psicólogo é quem tem algum problema para resolver”, e agora eu pergunto, quem de nós não tem problemas? 

Agora já sabe quando recorrer a um psicólogo, se for o caso, pode fazê-lo recorrendo à intervenção online. Se ainda não sabe qual a melhor intervenção que estará indicada para a sua problemática, agende aqui uma reunião de triagem com um dos nossos/as psicólogos/as.